"Toda a manhã procurei uma sílaba.
É coisa pouca, é certo: uma consoante, uma vogal, quase nada."
Eugénio de Andrade, in A sílaba.
Ele ofereceu-me flores. Conhecemo-nos há uma semana e ele já me oferece flores. Flores para uma flor – rosa, na precisão que assiste à sua limitação criativa. Rosa vermelha, nas identidade pessoal e contrariedade do tom carnal com que ah... ah... acedo ao definhar irreversível da natureza pejada nos meus braços.
Vil criatura masculina, aquela que se desvaloriza no gosto ante o estereótipo floral. Pois que nas suas rosas não subscrevo essência feminina nem laivos de pureza ou romantismo associados. De igual estima a ah... ah... aptência pela sensualidade e arrebatamento em mãos cobertas de orquídeas.
Selvagem, quero-te ser: despida e sem espinhos!
Enquanto preparo merecido leito para a natureza morta, ah... ah... arde em mim elixir da verdade que entranho sem expelir. Porque afinal, ele ofereceu-me flores. Conhecemo-nos há uma semana e esta doce criatura já me oferece flores. Talvez um dia lhe conte da minha bela ah... ah... alergia às flores.
Com a vossa licença.
Ah... ah... atchim!!
Com a vossa licença.
Ah... ah... atchim!!
12 comentários:
Como sempre muito bem escrito...pena essa alergia...
um bj sem pólen.
dolce
RS
Olá Blogadinha!
Muito obrigada pelo seu comentário
no meu blog.
Vim aqui e adorei o seu.
As flôres não falam mas exalam a beleza e o cheiro do seu perfume.
Gostei muito do seu post e o conteúdo
das suas páginas.
Um feliz dia para você.
Abraços...Nati
Ah..postei mais uma poesia.
Não vim antes pois estava resolvendo problemas pessoais.
Até mais!
eu também tenho uma alergia cronica a rosas. penso que tenha sido uma daquelas ideias inatas que controem a minha sombra, não sei, mas rosas... a rosa é uma flor demasiado ordinária.
eco
Muito bom seu blog!
Gostaria de convidá-la a seguir o meu!
http://literaturasdomundo.blogspot.com/
Bjos
O último ramo de flores que ofereci acabei por levar com ele na cara, o mais grave é que eram rosas...a partir daí só ofereço flores aos mortos, no mínimo, tenho a garantia que não me são devolvidas.
Muito giro!
Fascinante a forma como escreves e cativas em palavras corridas que dançam no desassossego da alma prestes a querer cantar!
LINDO
Beijo
Sun Melody
então, lhe trago carinho... rsrsrs do outro lado do mar...
torcendo para você não ser alérgica. rsrsrs
meu carinho, rsrs
anderson fabiano
http://amo-sim.blogspot.com
http://letras-profanas.blospot.com
RS, um mal menor comparado com a boa intenção. Beijo.
Nani Caetano, a presença não se cobra - agradece-se. Grata pela tua e generosidade no seguimento. Beijo.
Eco, e toda uma natureza rica em diversidade à nossa espera... e de quem acerte no gosto. :)
Jorge Lynce, reserva a garantia para quando chegares ao Paraíso. Nas devoluções, nunca se sabe... lol (brincadeira).
Anderson Fabiano, os títulos já são promissores por si só. Por lá tossirei! Perdão, navegarei... :P
Um abraço.
AOS BLOGUES RECÉM-CHEGADOS:
rhcastelobranco,
grata pelo convite.
I,
agradeço e retribuo.
Sum Melody,
almas como a tua dão sentido a cada dança minha. Obrigado.
: BEM-VINDOS!!
Blogadinha,
Há realmente por aí criaturas que facilmente caem em estereótipos, e depois as consequências nem sempre são as melhores.
Como eu gostei deste teu texto.
Bjo.
Art of Love, consequência previsível e conforme ao impulso. Bjo
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