"Todo o homem é culpado do bem que não fez."
Voltaire
Da minha janela, vida tanta que consumo, reparto e destino. No caminhar que dizemos nosso, rasto público, repetido e perdido algures no horizonte, entre o conformismo e a curiosidade de quem nos devora e sobre nós conjectura cada passagem, seja de despedida ou de chegada.
Numa hora só minha, sento pedaços meus no parapeito da janela e trinco rebuçados como se não houvesse amanhã. Tão babado como os sabores que me corrompem o espírito naquele momento, o frouxo desdém do vizinho da frente que me condena as irreverência e criancice.
Qual rito gravado na pele, a ideia de maturidade associada à capacidade de afirmação do que não gostamos. Inalada a vivência, memórias de capricho e de ideia fixa cuja atribuição exalo sobre quem me retrata nos mesmos o perfil. E nesta convicção esfumaçada, demais indiferença que debruço e proclamo sobre a janela: – Vai bugiar, também não gosto de ti!
12 comentários:
uma delícia de texto. toda inquietude que lhe move, deitando letras de rara magia e significado, por todo canto.
o conceito dúbio da chegada e da partida, remeteu-me a uma gare, onde lágrimas de alegria e tristeza, misturam-se no mesmo chão.
meu carinho,
anderson fabiano
ps: norah jones é tudo! rsrsrs
volte sempre que lmbrar lá no meu cantinh. adorei sua visita.
bjs poéticos, af.
Li com interesse e isso diz tudo.
Estou contente por sua visita
Perfeita expressão, parabéns ! Beijo.
Por isso tento fazer o bem sempre que posso. :)
Lindo.
lindo!
mais uma vez, expressão e descrição magnificos!
beijos,
sara
Adorei achar vc aqui. Que blog bárbaro, quanta ideia, pensamento e possibilidades.
Blogadinha,
Adoro a expressão "como se não houvesse amanhã"
Bjs.
Anderson Fabiano, é uma analogia possível. Uma janela pode ser palco e testemunha de vários pontos de encontro, com todas as alegrias e tristezas inerentes ao mesmo.
Obrigado eu pela divulgação das tuas letras neste espaço. O gosto musical será discutível mas aberto a sugestão! :)
João Videira Santos, contundente e assertivo. Bem-vindo ao blogue!
Ali Çelik, obrigado eu pela simpatia e seguimento do blogue.
Cria, a perfeição é tão ilusória... Agradeço. Bem-vinda aos comentários!
S*, e imperiosa é a tentativa!
entrelinhas, e sem limão! :)
Walkyria Suleiman, mais do que o destino importa o caminho. Por aqui não abundam certezas, apenas palavras... Obrigado pelas tuas. Bem-vinda ao blogue!
Art of Love, e vão dois! ;)
Boa noite Blogadinha.
Ainda bem que eu sou Anjo, portanto não tenho este problema de paciência e nem de insuficiência demorada.
Enorme prazer e doce surpresa te ver lá no blog.
Aqui, leio avidamente seu “Ponto estrada”, quase uma ode a
algum contíguo que de certa forma desaprovou suas conjecturas.
Se a hora é só sua, para que preocupar-se com quimeras de alguém qualquer? Vai mesmo “Bugiar” em outro lugar.
Meu carinhoso abraço a você. Beijos.
Gosto do teu jeito. Acredito que vc é de verdade. e olha que sohw isso:
"Saboreando cada rascunho, mas vivendo o texto original!"
Candinho, só mesmo a indiferença para silenciar o amor. E com esta respondo a todo o comentário, não? Eh eh
Bom ler-te, onde quer que seja.
Beijo
Walkyria, jogam-se as palavras no tabuleiro da vida, mas cada peão conduz o seu próprio jogo. Por isso vale a nossa viagem e "assim se lê o blogue"!
Grata pelo comentário.
Enviar um comentário